sexta-feira, 30 de novembro de 2007

quinta-feira, 29 de novembro de 2007


Laboratório de Informática

Blog criado pelos alunos do Colégio CIOMF.


Todas as fotos deste blog são dos alunos fazendo suas respectivas pesquisas.

A tecnologia na educação




O enorme avanço na área da informática tem proporcionado recursos valiosos para o processo deensino-aprendizagem do portador de deficiência visual.
Há dois tipos de sistema de ampliação de letras para as pessoas com visão reduzida:
• softwares especiais, como o programa Lentepro, desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outros;
• sistemas que permitem a ampliação direta do texto, como os circuitos fechados de televisão.
Para pessoas com cegueira, há softwares que, com um sintetizador de voz, fazem a leitura do que aparece escrito na tela do microcomputador. No Brasil, temos alguns programas com essa tecnologia, como por exemplo o Dosvox, desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e o Virtual Vision, desenvolvido pelaMicroPower, empresa do município de São Caetano do Sul (SP).
Existem também equipamentos para imprimir o texto em braille, tanto para uso individual quanto para a produção de grandes tiragens de livros e revistas.
Por enquanto, o microcomputador e a impressora são os equipamentos de informática mais freqüentemente encontrados no Brasil. Porém, já há outros disponíveis, como por exemplo: reglete de mesa, terminal braille (display braille) e braille falado (minicomputador).

O aprendizado da Matemática



O aluno com deficiência visual tem as mesmas condições
de um vidente para aprender Matemática, acompanhando
idênticos conteúdos. No entanto, se faz necessário
adaptar as representações gráficas e os recursos didáticos.
Com freqüência, ao criar recursos didáticos especiais
para o aprendizado de alunos com necessidades especiais,
o professor acaba beneficiando toda a classe, pois
recorre a materiais concretos, facilitando para todos a
compreensão dos conceitos.

Sorobã


O sorobã, ou ábaco, é um instrumento usado tradicionalmente no Japão para fazer cálculos matemáticos
(muito antes das maquininhas eletrônicas). Ele torna possível realizar as operações
matemáticas (adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação e potenciação) com rapidez e
eficiência. Além de tudo, é um objeto de baixo custo e grande durabilidade. No Brasil, o sorobã
foi adaptado para o uso de deficientes visuais em 1949, e é hoje adotado em todo o país.
1. Moldura, assentada sobre suportes de borracha
na base, para evitar o deslizamento.
2. Régua, que divide as partes inferior e superior.
3. Eixos ou hastes, ao longo dos quais as contas
são movimentadas.
4. Pontos salientes, que dividem a régua em
sete espaços.
5. Parte superior, com 1 conta em cada haste.
6. Parte inferior, com 4 contas em cada haste.
7. Borracha que se apóia na base da moldura do
sorobã, evitando que as contas deslizem livremente,
sem ser movidas pelo operador.

Exemplo: Representação de uma soma: 36 + 12.
2. Adicionar 1 dezena (do número 12) às 3 dezenas
registradas e 2 unidades às 6 unidades já
registradas.
1. Registrar a primeira parcela (36).
quantidade registrada.
quantidade acrescentada.
3. Total registrado: 48.
Valores:
• Na parte superior cada conta vale 5 unidades.
• Na parte inferior cada conta vale 1 unidade.
• As três primeiras hastes formam a classe das unidades
simples: unidades, dezenas e centenas. O
espaço delimita o conjunto seguinte de hastes que
correspondem ao milhar: unidade, dezena e centena
de milhar. E assim por diante. No sorobã é
possível registrar até quintilhões.

APARELHO PERMITE AO CEGO PERCEBER FORMAS TRIDIMENSIONAIS


Na Espanha, uma novidade enche de esperança as pessoas que não enxergam. É um dispositivo capaz de gerar sinais acústicos e captar informação tridimensional a partir de imagens digitalizadas. Candelária nasceu na ilha de Lagomira, no arquipélago das Ilhas Canárias. Vinda de uma família de pescadores, ela sempre viveu perto do mar, embalada pelo barulho das ondas. Aos 16 anos, Candelária perdeu a visão e desde então conta com a ajuda de uma bengala para movimentar-se pela cidade. Há cinco anos, ela passou a fazer parte de um grande projeto que oferece aos cegos o sistema de visão virtual. Aqui, ela percebe duas colunas de som. Candelária diz que ouve o som exatamente onde está a imagem, ou seja, em vez de ser uma imagem visual, é uma imagem sonora. Ela recebe os sons em equipamento especial. Através dele, o sinal acústico chega ao cérebro que o interpreta como se fossem centelhas de luz. Então, virtualmente, ela percebe os objetos de forma tridimensional.O sistema é bastante complexo e tem explicação no 'Espaço Acústico Visual', um projeto em desenvolvimento pelo Instituto Astrofísico das Ilhas Canárias. O diretor, Luis Fernando Rodriguez, fala que primeiro escolhe um som. Depois, ele é colocado em locais onde estão os objetos, de forma virtual. Isso se faz utilizando técnicas de processamento de sinais. O desenvolvimento do protótipo se baseia na investigação científica do cérebro.Com a ajuda de exames de ressonâncias magnéticas chegou-se à conclusão que o córtex visual das pessoas cegas se ativa ao receber sinais acústicos. O pesquisador José Luis Gonzalez explica que a pessoa recebe uma informação sonora do tipo espacial. O cérebro então interpreta cada um dos pontos sonoros que compõem o cenário exterior. Isso tudo é feito usando uma ferramenta informática chamada função HRTF.Quando Candelaria coloca esses óculos que possuem duas microcâmeras de vídeo e fones de ouvidos, não vê os objetos fisicamente. Mas percebe onde estão e qual o volume deles. Ela percebe uma parede... Uma janela... E uma quina... O especialista explica que o sistema usa um Pentium 300 e uma placa Matrox, além de duas câmeras de vídeo que capturam duas imagens. Assim, da mesma forma que o cérebro, é possível calcular a distância em que o objeto está. Uma técnica que se chama 'Estéreo Visão'. O sistema oferece variadas possibilidades e já ampliaram seu uso para videogames para cegos e estão adaptando-o para outros tipos de deficiência, como surdez. Diferente da experiente Candelária, Guilhermina González percebe pela primeira vez objetos tão comuns como uma coluna. Ela fica bastante emocionada e quer tocar o objeto. Os técnicos fazem um estudo detalhado com todos os usuários para adaptar o sistema à capacidade visual e auditiva de cada um. Depois, cria-se um perfil personalizado. Guilhermina diz que o resultado compensa tudo... até a armação pesada que precisa vestir. Os avanços da ciência até agora não permitem que Guilhermina ou Candelária vejam o pôr do sol. Mas, sem dúvida, tornam a vida delas bem mais simples.

MULTIPLANO



Multiplano permite que os portadores de deficiência visual aprendam de gráficos à geometria espacial e cálculos avançados A matemática não é mais algo inacessível para os cegos. A invenção do Multiplano, instrumento que deve ganhar o título de primeiro multiplicador no Ceará e no Nordeste, permite que os portadores de deficiência visual aprendam de gráficos à geometria espacial e cálculos avançados. O benefício representa melhoria não só no aprendizado, mas na perspectiva de vida de pessoas que nunca viram um número ou uma figura geométrica. O invento foi batizado, em 2000, de Geoplano, mas logo se adaptou para estudos de terceira dimensão e passou a se chamar Multiplano. A idéia surgiu em Cascavel, no Paraná, e chegou ao Ceará em dezembro de 2001, com um curso. No Paraná, duas universidades aceitam que deficientes visuais usem o instrumento na prova de matemática do vestibular. Segundo o inventor e professor do curso de ciências da computação da União Pan-Americana de Ensino (Unipan), Rubens Ferronato, a iniciativa surgiu, em menos de dois dias, para ajudar um aluno cego em dificuldade no curso.O instrumento é feito de uma placa de qualquer material ou tamanho, com furos na mesma distância e linhas e colunas de forma perpendicular que caracterizam um plano cartesiano. Nas pequenas aberturas são colocados os pinos e, entre estes, os elásticos que formam retas. São usados também arames para fazer parábolas e localizar os segmentos. O instrumento em terceira dimensão permite ainda que a pessoa determine a localização espacial de figuras. De acordo com o professor, tateando é possível aprender e construir, com o Multiplano, gráficos, geometria plana e espacial, matriz, determinante, sistema linear, equações, estatísticas, operações, cálculos avançados, limites de uma função, derivadas. "Até agora todas as perguntas foram respondidas", comemora. Na opinião do diretor da Sociedade de Assistência aos Cegos, Waldo Pessoa, essa é "a maior invenção que já houve desde o braile, que é usado como base". Para ele, o que mais impressiona é que portadores e não portadores de deficiência visual podem interagir. "É um auxílio também para quem tem dificuldade de aprender matemática, independente de ser cego". Aprendizado gera multiplicadores O estudante de computação e auxiliar administrativo Ivã José de Pádua não só motivou a invenção do Multiplano como é o primeiro multiplicador da idéia. A intenção é que, através de cursos, a metodologia chegue aos cegos e estes se tornem multiplicadores do sistema. O primeiro facilitador do Nordeste está sendo formado e é do Ceará. "Já cheguei a ensinar pessoas que enxergam e a cegos também", diz Ivã. Ele conta que não tinha noção de interpretação matemática, apenas calculava, e bem. "Ele era a calculadora da sala de aula, mas na hora de interpretar era excluído", relembra o professor Rubens Ferronato. Os planos de Ivã incluem se aperfeiçoar na computação e disseminar a idéia para outros portadores de deficiência visual. "Se isso não tivesse acontecido eu ia parar, me desestimular. Hoje minha auto-estima é outra".O próximo a passar por esse processo é o estudante de pré-vestibular Celso André Nóbrega da Costa. Depois de fazer o curso em dezembro do ano passado, ele está estudando para ser o primeiro multiplicador

BINGO DE PALAVRAS E LETRAS

Leva o aluno a reconhecer e memorizar as letras do alfabeto e as famílias silábicas. Favorece o treino de atenção. É utilizado como alternativa para escrita quando o objetivo é a fixação de símbolos gráficos. O dispêndio de energia para o bingo é menor do que para o ato de escrever que, muitas vezes, provoca o cansaço do aluno com paralisia cerebral, quer devido a espasticidade, quer devido aos movimentos involuntários.
O jogo é constituído de cartões que apresentam um modelo de três figuras passíveis de rotação ou inversão. A criança recebe as mesmas figuras desenhadas em círculos, feitas com madeira. Atrás de cada peça é colado um imã. As peças são imantadas e o jogo é executado sobre uma pequena lousa confeccionada com latão e revestida com papel contact.

MATEMÁTICA E O ENSINO LÓGICO


O jogo é utilizado sobre uma placa imantada revestida com papel contact. As peças possuem imãs na parte posterior e são feitas em madeira com espessura de 1,5 cm e pintadas com tinta lavável. As peças foram ampliadas permitindo a preensão em pinça com dois ou mais dedos.

Visa desenvolver o raciocínio lógico e a discriminação de formas e cores, dentre outras. Confeccionado para aluno com dificuldade de preensão. A colocação do imã facilita ao aluno o manuseio e a fixação das peças. Auxilia em dificuldades advindas da espasticidade e de movimentos involuntários de membros superiores, características comuns em alunos com paralisia cerebral do tipo espástica ou atetóide.

O MULTIPLANO


Uma placa plástica perfurada do tamanho de uma folha de papel ofício, pinos de metal e elásticos. Estes são os equipamentos básicos do Método Multiplano, que promete revolucionar o ensino dos portadores de deficiência visual brasileiros em disciplinas como a Matemática e a Física. A novidade foi lançada nacionalmente ontem pela manhã no Instituto dos Cegos Dr. Hélio Goes Ferreira, mantido pela Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC). “Este é o primeiro passo para a pessoa cega se tornar engenheira”, garante Valdo Pessoa, presidente da SAC. Desde 2002, cerca de 50 alunos do instituto passaram a estudar utilizando o método, criado pelo professor Rubens Ferronato. Os beneficiados eram estudantes das salas de reabilitação (compostas por pessoas que concluíram o ensino médio ou superior e depois perderam a visão).
O multiplano promete revolucionar o aprendizadodos que têm limitação visual

Metodologia do Curso Braille Virtual



As pessoas que vêem não precisam do tato para ler em Braille. Com o aprendizado do sistema composto por 63 símbolos formados pela combinação de seis pontos em uma célula, o indivíduo que vê pode ler textos em Braille apenas substituindo as letras comuns pela nova simbologia.
O Braille Virtual é uma animação gráfica que pretende facilitar o aprendizado do sistema. Com os símbolos divididos em grupos de 10, o usuário poderá perceber primeiramente quais pontos formam cada letra Braille. Num segundo momento há a repetição de cada letra, no intuito de facilitar a memorização. Terminada a animação, o usuário pode clicar em cada célula Braille disposto para repetir o aprendizado.
A partir do segundo grupo de letras, ao se acrescentar ou retirar apenas um ponto do grupo anterior, forma-se um novo grupo de letras, acelerando o processo. O Braille Virtual é um curso livre e não oferece certificado.
O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas. Foi desenvolvido na França por Louis Braille, um jovem cego, a partir do sistema de leitura no escuro, para uso militar, de Charles Barbier. Utilizando seis pontos em relevo dispostos em duas colunas, possibilita a formação de 63 símbolos diferentes, usados em literatura nos diversos idiomas, na simbologia matemática e científica, na música e mesmo informática. A partir da invenção do sistema em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram em 1837 na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada mundialmente. Por sua eficiência e vasta aplicabilidade, o sistema se impôs como o melhor meio de leitura e de escrita para as pessoas cegas. Porém o cego enfrenta a dificuldade de não encontrar ao seu redor pessoas que conhecem Braille, o que dificulta sua comunicação escrita. Como ação afirmativa para a inclusão dos deficientes visuais na sociedade, a Universidade de São Paulo desenvolveu o Braille Virtual, com o qual, pessoas que vêem,poderão rapidamente aprender o sistema e estabelecer uma comunicação completa com os deficientes visuais.

Aos 16, deficiente é campeão de matemática

Ele não enxerga, quase não ouve, usa cadeira de rodas e tem grande parte dos movimentos comprometidos. Portador de artrite reumatóide, Paulo Santos Ramos, 16, foi um dos vencedores da olimpíada de matemática promovida pelo governo federal na rede pública de todo o país. A prova envolveu 10,5 milhões de estudantes de 31.028 escolas.
Paulo é um dos 300 alunos que receberão uma medalha de ouro na Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas, organizada pelos ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia.Cursa a sexta série em uma escola regular do Plano Piloto, bairro de classe média de Brasília. Participou da olimpíada com outros 220 alunos do colégio e foi o único vencedor do grupo. Matemática está entre as disciplinas preferidas dele, ao lado de português, geografia e ciências. Quando a Folha o procurou na escola, ele ajudava um colega, também portador de deficiência visual, a recuperar nota em outra matéria, história.Paulo lê os textos em braile, mas a perda parcial do movimento das mãos o impede de escrever e digitar. Por isso os professores o avaliam por meio de testes orais. "Ele é muito estudioso, sedento de aprender", diz a mãe, Maria Santos.Em casa, o computador é usado tanto para fazer trabalhos da escola quanto para se divertir, com o auxílio de um programa desenvolvido para portadores de deficiência visual, que transforma a fala em texto escrito."Só converso coisas legais na internet", diz. O site preferido é o da Rede Saci (www.saci.org.br), que tem informações dirigidas a deficientes. Nela, entra em salas de bate-papo e cria jogos que desenvolvem, por exemplo, os sentidos de espaço e direção.A artrite reumatóide surgiu aos dois anos de idade. A primeira manifestação foi uma inflamação na perna direita. Ele demorou a freqüentar a escola, por causa da dificuldade da família em lidar com a doença, diz a mãe. Às vezes falta às aulas em razão de dores, mas nunca foi reprovado.Há quatro anos, passou a usar cadeira de rodas por causa da atrofia. A mãe acredita que a doença agora esteja estabilizada com o uso de corticóide.Paulo, por enquanto, parece não se importar com que carreira seguir no futuro. Seu maior interesse é conseguir fazer fisioterapia no Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, para tentar recuperar o movimento das pernas. Ele, porém, afirma que ainda não conseguiu uma vaga.

Língua de sinais: escrita dos surdos na Internet



Até hoje no Brasil os surdos, usuários da língua brasileira de sinais não tem como escrever em sua próprialíngua. Isto quer dizer que para escrever usam o português escrito, sua segunda língua. Nesta línguaencontram grandes dificuldades de expressão. A produção escrita dos surdos é quase inexistente, limita-se acomunicações rudimentares feitas com dificuldade. Na leitura , mesmo após muitos anos de escolaridade, acompreensão é pequena.
Á partir de um trabalho de pesquisa e da construção de um dicionário de escrita de sinais da LIBRAS (Línguae sinais do Brasil) construído com base no sistema para língua escrita de sinais americana denominadoSign Writingâ comecei a trabalhar com os alunos surdos da Escola Especial Concórdia- ULBRA a escrita dalíngua brasileira de sinais.
Desenvolver um ambiente para o ensino de escrita da língua brasileira de sinais brasileira que permita àspessoas ouvintes ou surdas aprender através do computador a escrita da mesma possibilitando assim, além da aprendizagem, a comunicação pela Internet entre pessoas surdas e ouvintes usuárias da LIBRAS foi o objetivo proposto para a implementação de um curso com estas características. Para isso o curso deveria ser capaz de mostrar escritas em sistema Sign Writingâ correspondendo às configurações das mãos em língua de sinais. Foi desenvolvida uma proposta de Web Based Training, tendo por base um curso de escrita de língua de sinais para pessoas ouvintes e surdas, objetivando a aprendizagem da escrita de sinais através da Internet.
Um dos objetivos de utilizar o paradigma de WBT é criar um ambiente com recursos hipermídia e hipertexto.
A construção da comunicação é feita através do correio eletrônico e do chat para desenvolver o pensamento,a habilidade de escrever e a interação entre os usuários, constam ainda práticas em exercícios e espaços para questionamentos.

Cultura Surda

Do ponto de vista da Cultura Surda, usar a língua portuguesa escrita significa não só que as relações pessoais entre surdos que são contemporâneos uns dos outros e estão distanciados no espaço, precisam ser mediadas por elementos culturais- comunicativos que não lhe são próprios. Significa também que as expressões culturais-comunicativas do surdos de uma época só podem ser registradas em forma escrita através desses elementos, o que implica necessariamente a intervenção de um processo de tradução entre as Línguas de Sinais e falada que estão em questão.
Teatro, narrativas, literatura surda em geral, só podem ser escritos após serem vertidos para uma língua falada, mesmo quando criados originalmente em Língua de Sinais. Os surdos não podem construir sua própria escrita de acordo com sua maneira de sinalizar. A escrita, o poder e a tecnologia são parceiros nas narrativas ocidentais da origem da civilização. A cultura surda está minimamente registrada, porque as coisas que os surdos vivem não conseguem escrever em sua própria língua.
A conseqüência educacional de os surdos serem alfabetizados em uma língua oral, e não em uma língua de sinais é dramática, seus resultados concretos são: a extrema dificuldade de leitura dos surdos, sua dificuldade de acesso à literatura em geral e a enorme dificuldade de produzir textos.

A escrita de sinais



Já existem muitos trabalhos científicos que comprovam a necessidade da criança surda aprender a língua de sinais em primeiro lugar, mas faltam trabalhos sobre a necessidade da alfabetização em escrita de sinais e,mais do que isso, faltam trabalhos de divulgação sobre a tecnologia desta escrita. A linguagem sem escrita própria é passageira, menos precisa, depende do momento, do lugar, de quem comunica e da memória. A escrita é a representação de um sistema primário que é, em geral, a fala. As crianças ouvintes têm facilidade de aprender porque copiam os fonemas. As crianças surdas que se comunicam por sinais também precisam representar pela escrita a fala própria delas que é viso-espacial.
Quando as crianças conseguem aprender uma escrita que é representação de sua língua natural
amadurecem e melhoram todo o seu desenvolvimento cognitivo.
O escrever e ler em língua de sinais, para o surdo, é o caminho natural em todo este contexto. Ou será que para uma criança ouvinte submetida a uma educação bilíngüe, se preconizaria como acertado apenas dar lhe condições para que lesse e escrevesse em sua segunda língua estabelecendo para sua primeira língua apenas o papel conjuntural da comunicação presencial e imediata? Na verdade, este fato aconteceu muitas vezes na história da humanidade quando por razões políticas populações foram forçadas a esquecer suas línguas naturais ou a usá-las apenas em privado. Sabe-se também, pelas constatações da sócio-lingüística o quanto estas populações foram prejudicadas em vários aspectos por estes procedimentos coercitivos.
Não é correto impor ao surdo esta limitação, quando sua condição o impede de falar e compreender com amplitude a sua segunda língua. O alfabeto usado para o português é o ponto terminal da longa história da escrita ocidental. O sistema Sign Writing® que representa as unidades gestuais fundamentais, suas propriedades e relações tem como ponto de partida a língua materna dos surdos. Divulgá-lo pela Internet por meio de um curso a distancia, tornando-o acessível a grande parte da comunidade surda brasileira, é tornar acessível a esta comunidade uma ferramenta necessária e importante.
A criança estimulada a escrever busca representar pela escrita a língua pela qual se expressa. Ela tenta desenhar os sinais. O código Sign WritingÒ deve ser normalmente introduzido como o alfabeto da língua portuguesa. Será uma alfabetização paralela ao aprendizado das duas línguas. A tecnologia da informática traz muitas possibilidades para usar a escrita de sinais. Certamente esta tecnologia abrirá novos caminhos como por exemplo, um programa que traduza de uma escrita para a outra, como se encontra do inglês para o português e vice-versa.
Quando as escolas iniciaram o uso da LIBRAS, esta linguagem era só uma ferramenta para facilitar a comunicação, depois comprovou-se que ela é uma língua completa que o surdo deve aprender, para que possa se desenvolver em muitos sentidos. A escrita de sinais é a mesma coisa, agora parece ser apenas mais uma ferramenta, uma curiosidade mas, quando se pensa que não ser analfabetos em sua própria língua é importante, vamos compreender que a escrita de sinais para o surdo é muito importante.
Tem-se a consciência que este trabalho, desenvolvido com a escrita de sinais, é muito pouco dentro de uma metodologia que significa tanto para as pessoas surdas. Porém é extremamente importante e útil para esta comunidade, porque a pessoa vai para a escola, principalmente para deixar de ser analfabeto, e a maioria dos surdos hoje, depois de muitos anos de estudo, quando sai da escola continua analfabeto.
O trabalho que se realiza na Escola Especial Concórdia entra no quarto ano de implementação e algumas observações importantes já podem ser colocadas.
Muitos alunos surdos quando começam aprender a escrever pensam que o português escrito é a
representação da língua de sinais que eles usam. Quando os alunos começam a aprender a escrita de sinais eles conseguem separar e ver que é outra língua. Trabalhando as duas línguas separadamente e comparando-as o resultado será melhor porque é, assim que, consagradamente acontece a aprendizagem de uma segunda língua.
Os surdos em suas manifestações escritas podem produzir ótimos material, como literatura, poesia, textos, se possuírem o domínio do instrumento necessário para isso.Para a maioria, isto não acontece na língua portuguesa porque a dificuldade de traduzir é imensa o sentido muitas vezes muda, é difícil. Então ninguém faz.
A adaptação do Sign Writing® à LIBRAS produzindo a escrita de sinais brasileira é uma ferramenta adequada para que os alunos surdos cumpram o objetivo de registrar por escrito sua língua visual.
A escrita de sinais desenvolve e amadurece os aspectos cognitivos do surdo organizando seu pensamento e fazendo com que a leitura e escrita alfabéticas contando com uma escrita não fragmentada como parâmetro tenham sua aprendizagem facilitadas. Depois que aprendem os códigos da escrita de sinais, os alunos conseguem escrever respostas com muitos detalhes, refletindo seus pensamentos de forma mais completa, e não como aparecem, geralmente, os escritos dos surdos em português, só com poucas palavras.
A possibilidade de comparar as duas escritas abre novas possibilidades de compreensão da estrutura das duas escritas tornando-as mais acessíveis.
O interesse de muitos surdos por aprender a escrita de sinais é grande, maior ainda o de usar o Sign Writer® ( editor de textos em línguas de sinais para o sistema operacional DOS ) nas aulas de computação.
A inserção no currículo da escrita de sinais só na 7a série é um fato que precisa ser alterado inserindo-a no momento apropriado, qual seja na, fase anterior e em seguida simultânea à alfabetização em português. Darlhe continuidade é crucial para o desenvolvimento do trabalho escolar com surdos viso-dependentes assim como o é com o Braille para o trabalho escolar com os cegos.
Outros trabalhos importantes surgiram no Brasil reafirmando a convicção de que este é um caminho válido para ajudar a solução da escrita dos surdos há tanto anos alvo de pesquisas que não tem melhorado a situação. Pode-se citar o do doutor Fernando Capovilla, da Universidade de São Paulo, que está por publicar um dicionário completo de sinais escritos por meio do Sign Writing® com 900 páginas e 1600 ilustrações .
Na construção deste site, que oferece aulas de escrita de sinais, foram levados em consideração todos os requisitos de qualidade exigidos no desenvolvimento de um software Educacional, segundo [CAM 96]. A construção das páginas com o conteúdo foi distribuída de forma ordenada, de maneira a permitir que o usuário não se perca durante a navegação.
Houve uma grande preocupação com a padronização das cores e das fontes em todas as páginas do site para que não ocorresse poluição visual.
A linguagem usada na descrição do conteúdo é muito informal com termos utilizados em linguagem coloquial. Em relação aos exercícios, deu-se prioridade a clareza e objetividade dos conteúdos. Todos os links utilizados no site possuem saídas para as páginas existentes.
Quanto à analise de viabilidade, o desenvolvimento do software foi considerado viável, pois utilizou recursos técnicos (software, hardware e livros) de fácil acesso.
Os hiperdocumentos/hipermídias utilizados no site possuem vida útil não só pelo assunto tratado, uma língua viva, como pela via de acesso a este documento, a internet, cada dia mais difundida pelo mundo.
O conteúdo do site possibilita aos desenvolvedores um aumento inesgotável de informações, vindas de sugestões de usuários (e-mail).
O objetivo do site além de contribuir para complementar as informações disponibilizadas aos alunos com os textos, é também promover a prática do que foi estudado, resolvendo exercícios de fixação de conteúdo.
Todo o desenvolvimento do site teve como ponto principal, a possibilidade de acesso ao site por qualquer pessoa desde que conhecedora da LIBRAS.
Na Escola Especial Concórdia os alunos que tiveram oportunidade de acessar o site o fizeram com facilidade, ou não, conforme seu maior ou menor domínio da ferramenta computador. As perguntas foram bastante voltadas para o significado das palavras despertando uma curiosidade mais comprometida com a descoberta do que quando perguntam pelo significado das palavras em português pois percebem que,embora muitas vezes, não conheçam os códigos, estes estão mais próximos da língua que lhes é natural eportanto lhes são mais familiares.
Outro aspecto interessante observado foi o de que os alunos que possuem computador em casa mostraram interesse em trabalhar sozinhos o que aponta para uma maior possibilidade de desenvolver sua capacidade de leitura e escrita.

Informática na Educação Surda



A Educação de surdos não é diferente da Educação Geral em seu objetivo porque ambas desejam odesenvolvimento harmonioso do educando sob os aspectos tanto individual como social. Elas diferem nas estratégias utilizadas de acordo com sua clientela, oportunizando assim desenvolvimento de alternativas e atendimento diferenciado.
“A diferença básica entre a educação geral e a educação especial é dada em termos de local de
atendimento, tipo de material pedagógico, currículo trabalhado, profissionais envolvidos e individualização no atendimento”. [CAM 98]
As condições individuais das crianças e jovens surdos colocam necessidades educacionais muito diferentes da maioria das crianças e jovens. Para que sua educação seja garantida são necessários um conjunto de recursos e serviços educacionais organizados para apoiar, suplementar e no caso dos surdos usuários da LIBRAS, substituir os serviços educacionais comuns.
O computador como ferramenta auxiliar no processo ensino e de aprendizagem, possibilita o aluno vivenciar situações que facilitam o desenvolvimento de suas potencialidades de maneira lúdica. A nova sociedade é informatizada. Além deste motivo, suficiente para incluir na educação dos surdos esta possibilidade, é ainda,a surdez uma diferença que torna seus portadores pessoas que se comunicam de forma visual, perfeitamente compatível com esta ferramenta que passa a ser prioridade em sua educação.
Os surdos são também uma minoria lingüística com características muito particulares, face as dificuldades que enfrentam na aquisição de sua linguagem. Estas dificuldades fazem com que as histórias de cada um,tornem necessárias abordagens pedagógicas individualizadas que possibilitem a construção do conhecimento pelo aprendiz de forma individual sem abrir mão de um ambiente de cooperação que encoraje no estudante o dedicar-se as tarefas desafiadoras.
“Ambientes interativos em rede podem ser vistos como sistemas abertos, heurísticos, condizentes com a abordagem construtivista/interacionista, uma vez que propiciam facilidades de pesquisa, vasta quantidade de informações e meios de interação com outros usuário, favorecendo a colaboração, cooperação, aquisição e construção de novos conhecimentos de maneira crítica e criativa”. [COS 96]
A comunidade surda é uma nação, uma pátria, sem localização geográfica. Como já se viu, 90% dos surdos são de famílias ouvintes e a nacionalidade que eles passam a integrar consiste em sua forma própria decomunicar-se.
Uma comunidade com estas características é a que pode, desde que com as ferramentas adequadas, beneficiar-se mais do que qualquer outra de um ambiente em rede que ultrapasse os limites geográficos e possibilita a interação entre seus membros em torno de objetivos comuns.
[SAN 98] cita que estudos e pesquisas já avançaram suficientemente para que se possa assegurar que a aprendizagem não pode ser explicada única e exclusivamente a partir da perspectiva cognitiva/individualista pois esta envolve, também, a dimensão social e afetiva, onde processos de interação com o objeto social desempenham papel fundamental. Há algum tempo atrás, o que se podia observar no uso do computador por surdos, eram programas para treinamento de voz ou aquisição de vocábulos sendo utilizada a língua portuguesa como meio para tal. Estes programas são úteis apenas para uso clínico na terapia da fala. O objetivo deste trabalho é outro: visa a educação integral dos Surdos usuários da Língua de Sinais.
Esta nova linha de desenvolvimento de software é regida, em primeiro lugar, pelo respeito à língua natural dos surdos, a língua de sinais, seja em sua interface ou na sua utilização. “O respeito mútuo aparece, portanto, como condição necessária da autonomia, sobre o seu duplo aspecto intelectual e moral. Do ponto de vista intelectual, liberta a criança das opiniões impostas, em proveito da coerência interna e do controle recíproco. Do ponto de vista moral, substitui as normas da autoridade pela norma imanente à própria ação eà própria consciência, que é a reciprocidade na simpatia”. [FAG 98]
A ferramenta computador interessa muito aos surdos jovens quando eles constroem os softwares educacionais específicos para surdos. As crianças surdas sempre perguntam onde está o software que apresenta a língua de sinais. O computador, como ferramenta, aliada ao uso de softwares que utilizem a língua de sinais escrita oportuniza para esta clientela o desenvolvimento de várias possibilidades:




  • Aquisição da língua de sinais escrita;


  • Transmissão direta do pensamento para a forma escrita da língua;


  • Conhecimento da cultura de informática;


  • Investigações sobre história e cultura surda;


  • Fortalecimento da identidade surda com o conseqüente aumento da auto-estima.

“A habilidade, com que hoje as escolas, tanto de ouvintes como de surdos, precisam trabalhar, não é mais a de transmitir quantidades de informações, mas desenvolver nos alunos a autonomia, a cooperação e a capacidade constante de aprender a aprender de acordo com os desafios e problemas que a sociedadeimpõe”. [VAL 99]
Para os surdos o uso destas tecnologias é um novo fator que vem possibilitar-lhe a inclusão em muitasatividades de vida diária que antes não estavam ao seu alcance. O TDD (telefone para surdos no qual as mensagens podem ser trocadas aparecendo por escrito, sucessivamente, em um mostrador de cristal líquido) e outras variantes como o bip, o correio eletrônico, os chats e as páginas WWW, possibilitam aos surdos comunicarem- se a distância com seus pares, sem intermediários e em tempo instantâneo. Estas comunicações podem se dar dentro da mesma cidade, ou não. O horizonte de possibilidades é tão amplo quanto o mundo.
“Seja aproveitando as possibilidades de pesquisa, compras, transação bancárias, seja através do correio eletrônico ou das salas de bate-papo, os Surdos brasileiros estão aproveitando a Internet mais do que ninguém! Todo e qualquer Surdo que entre em contato com Internet vira fã de carteirinha. O sonho de consumo mais comum hoje na comunidade Surda é, evidentemente, ter seu próprio computador e acesso àrede”. [FEN 00]
Infelizmente o número de surdos que tem acesso e fazem uso destes meios é, ainda, minoritário. Mas, estes recursos são eficientes e se espalham rapidamente. Características do ser humano são a vontade e a capacidade de progredir e de comunicar-se; por isto, estas possibilidades interessam muito às crianças surdas.
“A contínua atualização e aperfeiçoamento de professores é uma necessidade diante dos desafios e das mudanças rápidas que caracterizam a Sociedade desse início do século XXI. O rápido e crescente desenvolvimento da Informática, as mudanças de paradigmas, o emprego de novas tecnologias, a alteração de valores e costumes, as alterações ambientais e comportamentais são de tal magnitude que muitas vezes as instituições sociais não têm conseguido acompanha-las e propor novas maneiras de capacitação”. [VAL
99]

Interface para Educação de Surdos



Tão importante quanto a funcionalidade de um programa de computador é seu aspecto final, sua
apresentação, pois é ela que praticamente cativa o usuário. Por isso, como observa [CAM 96], devem ser evitados problemas como o uso de uma comunicação não eficaz, desorganização, falta de padronização, uso extravagante de cores, tamanhos inadequados de letras e desenhos, uso não adequado de tecnologias disponíveis, entre outros.
Analisando-se alguns softwares ditos para Educação de Surdos, pode-se observar que alguns sequer respeitam as especificidades de seu público alvo e nem fazem uso de recursos que poderiam diminuir as dificuldades da interface homem-máquina.
Ainda segundo [CAM 96], antes da construção de software para portadores de alguma deficiência ou dificuldade deve-se, verificar quais as necessidades do sujeito e avaliar quais as preferências deste quanto a um ou outro sistema de representação para comunicação para, então, se projetar a interface do programa.
Hoje, maioria dos surdos formados no 2º grau usam os computadores. Os que não são formandos no 2º grau em geral usam pouco o computador pois tem dificuldade de ler e escrever em português. Observa-se que os surdos geralmente utilizam o programa do ICQ chat. Não usam outro programa pois sentem-se unidos por este programa em um familiar bate papo.
Usando o programa ICQ chat os surdos sentem-se donos do espaço da sala de bate-papo e acessam espaço nacional e internacional. A maioria dos surdos não se sente bem conversando com os ouvintes em outros programas do chat pois ouvintes não conhecem a Cultura Surda e a forma de escrita surda.
Conseguem conversar com os ouvintes só quando estes conhecem a Cultura Surda.
Os surdos que não têm Identidade Surda geralmente apresentam poesias e textos que parecem com os dos ouvintes, mostram as capacidades deles dentro da página de Internet. O mesmo acontece em outros países.
Observa-se que nas páginas da Internet: WDF (World Deaf Federation); Infsord (Informacion de Surdos), NAD (National Associacion Deaf) entre outras, geralmente aparecem os desenhos da língua de sinais, pois isso é próprio da Cultura Surda. Estes programas são procurados pelos surdos que têm identidade surda , procuram os desenhos de língua de sinais para mandar por e-mail, pois estão em sua própria e inteligível língua, mas estes desenhos são difíceis de encontrar.