quinta-feira, 29 de novembro de 2007

MULTIPLANO



Multiplano permite que os portadores de deficiência visual aprendam de gráficos à geometria espacial e cálculos avançados A matemática não é mais algo inacessível para os cegos. A invenção do Multiplano, instrumento que deve ganhar o título de primeiro multiplicador no Ceará e no Nordeste, permite que os portadores de deficiência visual aprendam de gráficos à geometria espacial e cálculos avançados. O benefício representa melhoria não só no aprendizado, mas na perspectiva de vida de pessoas que nunca viram um número ou uma figura geométrica. O invento foi batizado, em 2000, de Geoplano, mas logo se adaptou para estudos de terceira dimensão e passou a se chamar Multiplano. A idéia surgiu em Cascavel, no Paraná, e chegou ao Ceará em dezembro de 2001, com um curso. No Paraná, duas universidades aceitam que deficientes visuais usem o instrumento na prova de matemática do vestibular. Segundo o inventor e professor do curso de ciências da computação da União Pan-Americana de Ensino (Unipan), Rubens Ferronato, a iniciativa surgiu, em menos de dois dias, para ajudar um aluno cego em dificuldade no curso.O instrumento é feito de uma placa de qualquer material ou tamanho, com furos na mesma distância e linhas e colunas de forma perpendicular que caracterizam um plano cartesiano. Nas pequenas aberturas são colocados os pinos e, entre estes, os elásticos que formam retas. São usados também arames para fazer parábolas e localizar os segmentos. O instrumento em terceira dimensão permite ainda que a pessoa determine a localização espacial de figuras. De acordo com o professor, tateando é possível aprender e construir, com o Multiplano, gráficos, geometria plana e espacial, matriz, determinante, sistema linear, equações, estatísticas, operações, cálculos avançados, limites de uma função, derivadas. "Até agora todas as perguntas foram respondidas", comemora. Na opinião do diretor da Sociedade de Assistência aos Cegos, Waldo Pessoa, essa é "a maior invenção que já houve desde o braile, que é usado como base". Para ele, o que mais impressiona é que portadores e não portadores de deficiência visual podem interagir. "É um auxílio também para quem tem dificuldade de aprender matemática, independente de ser cego". Aprendizado gera multiplicadores O estudante de computação e auxiliar administrativo Ivã José de Pádua não só motivou a invenção do Multiplano como é o primeiro multiplicador da idéia. A intenção é que, através de cursos, a metodologia chegue aos cegos e estes se tornem multiplicadores do sistema. O primeiro facilitador do Nordeste está sendo formado e é do Ceará. "Já cheguei a ensinar pessoas que enxergam e a cegos também", diz Ivã. Ele conta que não tinha noção de interpretação matemática, apenas calculava, e bem. "Ele era a calculadora da sala de aula, mas na hora de interpretar era excluído", relembra o professor Rubens Ferronato. Os planos de Ivã incluem se aperfeiçoar na computação e disseminar a idéia para outros portadores de deficiência visual. "Se isso não tivesse acontecido eu ia parar, me desestimular. Hoje minha auto-estima é outra".O próximo a passar por esse processo é o estudante de pré-vestibular Celso André Nóbrega da Costa. Depois de fazer o curso em dezembro do ano passado, ele está estudando para ser o primeiro multiplicador

BINGO DE PALAVRAS E LETRAS

Leva o aluno a reconhecer e memorizar as letras do alfabeto e as famílias silábicas. Favorece o treino de atenção. É utilizado como alternativa para escrita quando o objetivo é a fixação de símbolos gráficos. O dispêndio de energia para o bingo é menor do que para o ato de escrever que, muitas vezes, provoca o cansaço do aluno com paralisia cerebral, quer devido a espasticidade, quer devido aos movimentos involuntários.
O jogo é constituído de cartões que apresentam um modelo de três figuras passíveis de rotação ou inversão. A criança recebe as mesmas figuras desenhadas em círculos, feitas com madeira. Atrás de cada peça é colado um imã. As peças são imantadas e o jogo é executado sobre uma pequena lousa confeccionada com latão e revestida com papel contact.

MATEMÁTICA E O ENSINO LÓGICO


O jogo é utilizado sobre uma placa imantada revestida com papel contact. As peças possuem imãs na parte posterior e são feitas em madeira com espessura de 1,5 cm e pintadas com tinta lavável. As peças foram ampliadas permitindo a preensão em pinça com dois ou mais dedos.

Visa desenvolver o raciocínio lógico e a discriminação de formas e cores, dentre outras. Confeccionado para aluno com dificuldade de preensão. A colocação do imã facilita ao aluno o manuseio e a fixação das peças. Auxilia em dificuldades advindas da espasticidade e de movimentos involuntários de membros superiores, características comuns em alunos com paralisia cerebral do tipo espástica ou atetóide.

O MULTIPLANO


Uma placa plástica perfurada do tamanho de uma folha de papel ofício, pinos de metal e elásticos. Estes são os equipamentos básicos do Método Multiplano, que promete revolucionar o ensino dos portadores de deficiência visual brasileiros em disciplinas como a Matemática e a Física. A novidade foi lançada nacionalmente ontem pela manhã no Instituto dos Cegos Dr. Hélio Goes Ferreira, mantido pela Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC). “Este é o primeiro passo para a pessoa cega se tornar engenheira”, garante Valdo Pessoa, presidente da SAC. Desde 2002, cerca de 50 alunos do instituto passaram a estudar utilizando o método, criado pelo professor Rubens Ferronato. Os beneficiados eram estudantes das salas de reabilitação (compostas por pessoas que concluíram o ensino médio ou superior e depois perderam a visão).
O multiplano promete revolucionar o aprendizadodos que têm limitação visual

Metodologia do Curso Braille Virtual



As pessoas que vêem não precisam do tato para ler em Braille. Com o aprendizado do sistema composto por 63 símbolos formados pela combinação de seis pontos em uma célula, o indivíduo que vê pode ler textos em Braille apenas substituindo as letras comuns pela nova simbologia.
O Braille Virtual é uma animação gráfica que pretende facilitar o aprendizado do sistema. Com os símbolos divididos em grupos de 10, o usuário poderá perceber primeiramente quais pontos formam cada letra Braille. Num segundo momento há a repetição de cada letra, no intuito de facilitar a memorização. Terminada a animação, o usuário pode clicar em cada célula Braille disposto para repetir o aprendizado.
A partir do segundo grupo de letras, ao se acrescentar ou retirar apenas um ponto do grupo anterior, forma-se um novo grupo de letras, acelerando o processo. O Braille Virtual é um curso livre e não oferece certificado.
O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas. Foi desenvolvido na França por Louis Braille, um jovem cego, a partir do sistema de leitura no escuro, para uso militar, de Charles Barbier. Utilizando seis pontos em relevo dispostos em duas colunas, possibilita a formação de 63 símbolos diferentes, usados em literatura nos diversos idiomas, na simbologia matemática e científica, na música e mesmo informática. A partir da invenção do sistema em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram em 1837 na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada mundialmente. Por sua eficiência e vasta aplicabilidade, o sistema se impôs como o melhor meio de leitura e de escrita para as pessoas cegas. Porém o cego enfrenta a dificuldade de não encontrar ao seu redor pessoas que conhecem Braille, o que dificulta sua comunicação escrita. Como ação afirmativa para a inclusão dos deficientes visuais na sociedade, a Universidade de São Paulo desenvolveu o Braille Virtual, com o qual, pessoas que vêem,poderão rapidamente aprender o sistema e estabelecer uma comunicação completa com os deficientes visuais.

Aos 16, deficiente é campeão de matemática

Ele não enxerga, quase não ouve, usa cadeira de rodas e tem grande parte dos movimentos comprometidos. Portador de artrite reumatóide, Paulo Santos Ramos, 16, foi um dos vencedores da olimpíada de matemática promovida pelo governo federal na rede pública de todo o país. A prova envolveu 10,5 milhões de estudantes de 31.028 escolas.
Paulo é um dos 300 alunos que receberão uma medalha de ouro na Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas, organizada pelos ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia.Cursa a sexta série em uma escola regular do Plano Piloto, bairro de classe média de Brasília. Participou da olimpíada com outros 220 alunos do colégio e foi o único vencedor do grupo. Matemática está entre as disciplinas preferidas dele, ao lado de português, geografia e ciências. Quando a Folha o procurou na escola, ele ajudava um colega, também portador de deficiência visual, a recuperar nota em outra matéria, história.Paulo lê os textos em braile, mas a perda parcial do movimento das mãos o impede de escrever e digitar. Por isso os professores o avaliam por meio de testes orais. "Ele é muito estudioso, sedento de aprender", diz a mãe, Maria Santos.Em casa, o computador é usado tanto para fazer trabalhos da escola quanto para se divertir, com o auxílio de um programa desenvolvido para portadores de deficiência visual, que transforma a fala em texto escrito."Só converso coisas legais na internet", diz. O site preferido é o da Rede Saci (www.saci.org.br), que tem informações dirigidas a deficientes. Nela, entra em salas de bate-papo e cria jogos que desenvolvem, por exemplo, os sentidos de espaço e direção.A artrite reumatóide surgiu aos dois anos de idade. A primeira manifestação foi uma inflamação na perna direita. Ele demorou a freqüentar a escola, por causa da dificuldade da família em lidar com a doença, diz a mãe. Às vezes falta às aulas em razão de dores, mas nunca foi reprovado.Há quatro anos, passou a usar cadeira de rodas por causa da atrofia. A mãe acredita que a doença agora esteja estabilizada com o uso de corticóide.Paulo, por enquanto, parece não se importar com que carreira seguir no futuro. Seu maior interesse é conseguir fazer fisioterapia no Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, para tentar recuperar o movimento das pernas. Ele, porém, afirma que ainda não conseguiu uma vaga.

Língua de sinais: escrita dos surdos na Internet



Até hoje no Brasil os surdos, usuários da língua brasileira de sinais não tem como escrever em sua próprialíngua. Isto quer dizer que para escrever usam o português escrito, sua segunda língua. Nesta línguaencontram grandes dificuldades de expressão. A produção escrita dos surdos é quase inexistente, limita-se acomunicações rudimentares feitas com dificuldade. Na leitura , mesmo após muitos anos de escolaridade, acompreensão é pequena.
Á partir de um trabalho de pesquisa e da construção de um dicionário de escrita de sinais da LIBRAS (Línguae sinais do Brasil) construído com base no sistema para língua escrita de sinais americana denominadoSign Writingâ comecei a trabalhar com os alunos surdos da Escola Especial Concórdia- ULBRA a escrita dalíngua brasileira de sinais.
Desenvolver um ambiente para o ensino de escrita da língua brasileira de sinais brasileira que permita àspessoas ouvintes ou surdas aprender através do computador a escrita da mesma possibilitando assim, além da aprendizagem, a comunicação pela Internet entre pessoas surdas e ouvintes usuárias da LIBRAS foi o objetivo proposto para a implementação de um curso com estas características. Para isso o curso deveria ser capaz de mostrar escritas em sistema Sign Writingâ correspondendo às configurações das mãos em língua de sinais. Foi desenvolvida uma proposta de Web Based Training, tendo por base um curso de escrita de língua de sinais para pessoas ouvintes e surdas, objetivando a aprendizagem da escrita de sinais através da Internet.
Um dos objetivos de utilizar o paradigma de WBT é criar um ambiente com recursos hipermídia e hipertexto.
A construção da comunicação é feita através do correio eletrônico e do chat para desenvolver o pensamento,a habilidade de escrever e a interação entre os usuários, constam ainda práticas em exercícios e espaços para questionamentos.